Restabelecida a paz nas duas Províncias, convenceu-se o governo imperial de que a rebelião rio-grandense não seria dominada enquanto não houvesse à frente das tropas um militar de indiscutível prestígio e capacidade profissional.
Naquele momento destacava-se o nome de Luís Alves de Lima e Silva, cuja atuação político-militar no Maranhão, em São Paulo e Minas Gerais lhe havia granjeado muito respeito, tanto na área militar como na civil.
Concentrando numa só pessoa o exercício das funções militares e administrativas, o governo nomeou-o Presidente e Comandante das Armas do Rio Grande do Sul, a 28 de setembro de 1842. Na época as forças rebeldes ocupavam e dominavam a chamada campanha do Rio Grande.
Caxias chegou a Porto Alegre no dia 9 de novembro. Na mesma data assumiu suas funções e na posse fez um apelo ao povo gaúcho, através de uma proclamação:
"Rio-grandenses! Sua Majestade o Imperador, confiando-me a presidência e comando em chefe do bravo Exército brasileiro, recomendou-me que restabelecesse a paz nesta Província do Império, como restabeleci no Maranhão, em São Paulo e em Minas Gerais; a Divina Providência, que de mim tem feito um instrumento de paz para a terra em que nasci, fará com que eu possa satisfazer os ardentes desejos do magnânimo monarca e do Brasil todo."
Assinava o documento um chefe militar que até então não fora vencido.
E tratou de preparar a vitória. Procurou, inicialmente restabelecer as atividades comerciais na conflagrada Província. Criou estabelecimentos nas faixas de fronteira que privassem os rebeldes de conseguir aprovisionamentos nos países vizinhos. Sabedor que só teria êxito se contasse com maior número de cavalos, efetuou a compra de animais e adquiriu a forragem necessária. E habilidosamente atraiu Bento Manuel para o seu lado dando-lhe expressivo comando.
O plano de Caxias resumia-se em partir para o interior com as tropas articuladas em uma só coluna, precedida naturalmente de uma vanguarda. Esperava poder atrair os revolucionários, travar batalha campal e batê-los. Os remanescentes haveriam de se exilar nos países vizinhos.
A execução do planejamento exigia uma concentração inicial dos meios disponíveis. As forças imperiais estavam dispersas; parte achava-se na região de Pelotas, parte em Porto Alegre e Rio Pardo, e o grosso ocupava a margem esquerda do Jacuí, no Passo de São Lourenço (Fig 2).
Iludindo o adversário quanto ao local de travessia do canal de São Gonçalo e marchando ao longo da Lagoa dos Patos, Caxias evitou ser batido por partes. Conseguiu alcançar seu objetivo, levando a maioria dos meios de Porto Alegre e Rio Grande para juntar-se ao grosso do exército, deixando nesses locais um mínimo de forças.
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